2009 Delhi, Manali, Amritzar, Kajuraho, Orcha, Gwalior, Agra, Delhi
(http://india25julho20agosto.blogspot.com)
2010 Delhi, Trivandrum, Amritapuri, Kochi, Myssore, Somnantpur, Chamundi Hill, Bylakupe, Hampi,
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2011 Delhi, Chennai, Mahaballippuram, Pondicherry, Chidambaram, Thanjavur, Tiruchirappalli,
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India27deJulho23Agosto
domingo, 28 de agosto de 2011
terça-feira, 24 de agosto de 2010
O avião não explodiu e eu dormi maravilhosamente
Passa-se alguma coisa. Os meus temores em Panjin talvez nao fossem tão despropositados. Cheguei à estação de Delhi às 5.30am (22-08) e enfiei-me rapidamente num rickshaw pré-pago para o aeroporto. Tempestades e inundações em Delhi eram as últimas noticias da net... não dava para pensar em fazer turismo na cidade mesmo que ainda sobrassem 22h para o voo de regresso (às 2.30am de 23-08)!
Não me queriam deixar entrar no aeroporto - era demasiado cedo, que fosse para um hotel até às 20-21h!
E eu tresnoitada das 10 horas de sleeper, a precisar de mudar de roupa e comer qualquer coisa... sem rupias (só cartões)... sem espirito de aventura...
Depois de vários percalços lá consegui entrar na área dos visitantes.
Militares de metralhadora. Por todo o lado. Funcionarios de walk-e-talkies e identificação ao pescoço por todo o lado. O exército parecia ter-se estabelecido no aeroporto. Mais funcionários e militares do que clientes. Alguns "ninjas". Assim durante todo o dia. Só pude aceder à zona da partida às 21.30h. Tudo hiper-controlado.
O avião não explodiu e eu dormi maravilhosamente acordando praticamente em Bruxelas. Aí novamente uma seca - 10 h de espera. É o que faz comprar bilhetes baratos! Comigo trouxe sempre "os paninhos" descobertos em Pushkar. Podia-se perder a mala nos meandros do aeroporto indiano - o essencial estava comigo.
Cheguei! Estou a casa. Correu tudo tão bem! A minha organização funcionou como devia e o grande golpe foi ter reservado todos os bilhetes de sleeper em Delhi à chegada. Facilitou bastante.
Não me queriam deixar entrar no aeroporto - era demasiado cedo, que fosse para um hotel até às 20-21h!
E eu tresnoitada das 10 horas de sleeper, a precisar de mudar de roupa e comer qualquer coisa... sem rupias (só cartões)... sem espirito de aventura...
Depois de vários percalços lá consegui entrar na área dos visitantes.
Militares de metralhadora. Por todo o lado. Funcionarios de walk-e-talkies e identificação ao pescoço por todo o lado. O exército parecia ter-se estabelecido no aeroporto. Mais funcionários e militares do que clientes. Alguns "ninjas". Assim durante todo o dia. Só pude aceder à zona da partida às 21.30h. Tudo hiper-controlado.
O avião não explodiu e eu dormi maravilhosamente acordando praticamente em Bruxelas. Aí novamente uma seca - 10 h de espera. É o que faz comprar bilhetes baratos! Comigo trouxe sempre "os paninhos" descobertos em Pushkar. Podia-se perder a mala nos meandros do aeroporto indiano - o essencial estava comigo.
Cheguei! Estou a casa. Correu tudo tão bem! A minha organização funcionou como devia e o grande golpe foi ter reservado todos os bilhetes de sleeper em Delhi à chegada. Facilitou bastante.
sábado, 21 de agosto de 2010
Agora é a contagem decrescente e a única preocupação que as chuvas dificultem a chegada



Uma nuvem assentou arraiais em cima de Pushkar. Chove desalmadamente desde ontem à noite. Desta vez, às 4h - vou de táxi para Ajmer. É muita chuva para enfrentar três transportes diferentes - rickshaw-camioneta do estado-rickshaw. O táxi fica por Rs350/13km (cerca de 5 euros). É demasiado tentador para quem vai estar mais de 24 horas em viagem.
Mesmo assim não consigo ficar no hotel à espera. Tinha de levantar dinheiro, comprar lembranças e vir a uma net mais baratinha do que no hotel. Já me sinto em casa aqui e as ruas inundadas não me assustam. Os rickshaws de bicicleta estão por aí todos activos a navegar por estes novos lagos e a salvar os turistas.
Por isso, lancei-me à vida. Grande gabardina rosa! vai ser útil até ao último minuto e depois fica cá - é muito pesada e tenho outra em Lisboa.
Agora é contagem decrescente e a única preocupação é que as chuvas dificultem a chegada do comboio a Delhi, ou do táxi ao aeroporto, ou do avião a Bruxelas, ou do outro avião a Lisboa onde deveria estar às 7pm de dia 23. No ano passado o atraso de 7 horas em Delhi tornou a volta especialmente acidentada (tive de dormir no Bahrein) e cara (perdi a ligação Londres-Lisboa e tive de comprar outro bilhete). Espero que desta vez seja tudo mais monótono.
Será que encontro a Ana em Delhi no aeroporto? Ela também volta do ashram dia 23. Dava jeito ter dois dedos de conversa pois chego a Delhi às 6am de dia 22 e o avião parte (deverá partir se Deus quiser) às 2.30am do dia seguinte 23-08. Muita hora para ler e deambular. Mas a segurança exige que não chegue em cima do acontecimento. Ossos do ofício!
A propósito, no Rajastão, a partir de 1 de Agosto, os sacos de plástico tornaram-se ilegais. Os lojistas agora fornecem sacos de tecido (parecem de seda). Finalmente estão a tomar a sério a questão da poluição com plásticos. A natureza neste país é tão esplendorosa que confesso que até cheguei a sentir laivos de rancor, uma vez por outra, quando via os indianos deitarem para o chão os plásticos usados. É um grave problema e a Natureza tem os seus limites.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Vou jantar e tentar dormir em cima dos remorsos!
Fogo! eu não gosto de fazer compras e consigo passar indiferente na maior parte dos locais de comércio. Mas quando calha (raramente) gostar muito de uma coisa - torna-se obsessão e perigo. Comprei dois paninhos bordados. Podiam estar num museu. E um livro de reproduções de peças antigas e novas indianas com um design espectacular. Podia ter sido eu a faze-lo!
Vou direitinha para o hotel porque levei quatro horas na conversa com o vendedor. Sabia explicar toda a simbologia infiltrada nos trapinhos. Sabia vender. Já é quase noite. Vou jantar e tentar dormir em cima dos remorsos de ter gasto dinheiro comigo quando a viajem já é um grande privilégio e a multa do reboque do carro não vai ser doce.
Vou jantar e tentar dormir em cima dos remorsos!
Sabem alguma penitência que não doa muito?
Vou direitinha para o hotel porque levei quatro horas na conversa com o vendedor. Sabia explicar toda a simbologia infiltrada nos trapinhos. Sabia vender. Já é quase noite. Vou jantar e tentar dormir em cima dos remorsos de ter gasto dinheiro comigo quando a viajem já é um grande privilégio e a multa do reboque do carro não vai ser doce.
Vou jantar e tentar dormir em cima dos remorsos!
Sabem alguma penitência que não doa muito?
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Nunca me perdi de forma tão eficaz como desta vez com o mapa na mão



Hoje bem cedo pus-me a caminho do templo de Savitri que fica num extremo do lago, numa elevação que parece ter uma excelente vista. De mapa detalhado em punho.
Nunca me perdi de forma tão eficaz como desta vez com o mapa na mão. Certo, não está à escala e falta muita informação. Mas, caramba, assim que desliguei a intuição e liguei a dedução foi ainda pior.
Tropecei por acaso com o templo de Brahma que fica no caminho do de Savitri. Muito antes do que estava à espera. Também, seria incontornável pois uma quantidade enorme de peregrinos e devotos vestidos de tons de laranja migravam todos naquela direcção. Devia haver uma cerimonia especial. Chovia. Chove. Por isso estou aqui a estas 10 horas da matina. A circular desde as 7 da manhã já esgotei as alternativas abrigadas: sentada a comer tostas com manteiga; sentada a beber um sumo; sentada a beber um lassi de manga; na loja a comprar umas calças (as outras romperam-se); na loja a ver jóias de prata tradicionais; no rickshaw de bicicleta a caminho da senhora que vende jornais em inglês no seu pátio das traseiras,... e só ai, e... quando há. Não havia! - só chega às 11h).
Acho que vou optar pela alternativa semi-motorizada: dar umas voltas de cicle-rickshaw. Porque: Pushkar é uma terra hindu muito sagrada, logo tem muitas vacas, logo há muitas bostas que com esta chuvinha derretem e tornam difícil e perigoso levantar os olhos do chão ou abrir a boca (por causa das moscas).
E o pessoal aqui, excepto para rezar, começa a trabalhar tarde - pelas 10 horas a maior parte do circo ainda está empacotado. A noite deve ser estridente, mas a minha vocação solitária e incompetência orientadora não aconselham saídas nocturnas.
As noites e os anoiteceres são geralmente passados no restaurante do terraço do hotel. Costumam ser espaços animados e interessantes. Em Hampi, os da casa tinham um canto deles, forrado a colchões e mesas baixas, com televisão na frente, onde passavam as horas mortas. Às vezes, de manhã punham um CD de mantras. Excelente.
Neste daqui têm apenas mesas e uma televisão de plasma enorme. Ontem como era a única inquilina prescindi dos meus direitos de ver magníficos programas de televisão europeia por cabo (com anúncios de venda explicita de sexo - que caiem ainda pior aqui na Índia) e assisti às aventuras de um Tarzan hindu que se sacrificava e sofria cativeiro para salvar a sua Jane. O seu amor total era retribuído sob a forma de canções que esta entoava com voz aguda e que comoviam as entranhas. Mau foi quando um pé mal colocado provoca a queda e a morde da artista. Aí, liberto das correntes emocionais que o mantinham cativo, e com apenas um retesar dos poderosos músculos do peito, o nosso herói rebenta também as correntes de ferro que o atam. E os bandidos saltam pelo ar, um a um, arremetidos em todas as direcções pela fúria vingadora e desesperada do colosso de tanga.
Todos (eu o cozinheiro e o ajudante) pulávamos nas nossas cadeiras nos momentos mais dramáticos - em uníssono. Depois fui para a cama ler.
Parou de chover. Será que o jornal já chegou?
"Brahma dropped a lotus flower on earth and Pushkar floated to the surface...





Pushkar. "Brahma dropped a lotus flower on earth and Pushkar floated to the surface... A magical desert-edged place, with one of the few Brahma Temples. Rows of sacred gahts from a mystically magnetic lake where hundreds oh milky coloured temples and weather-touched domes sit beneath a shifting pale grey sky... pious pilgrins who are intoxicated by God and Bhang (marijuana)... The town clusters around Pushkar lake." (LP)
A descrição do LP esta perfeita. Um anel de montanhas envolve a cidade e o lago em torno do qual se aninha. As ruas, ou circulam em torno do lago ou vão lá dar directamente. Isso, sem que o seu desenho perca o ondear característico de uma cultura que não aposta muito nas linhas rectas. Azul. É azul como Chefchawen em Marrocos. E rosa. Não tem a estridência habitual das cores indianas.
Chove. E quando chove é uma delicia. As pessoas recolhem-se, desaparecem. E eu circulo. A cidade é minha. Ou quase. Ou é isso que eu sinto. Não é a chuva tropical de Hampi ou de Goa. É uma chuva mais tímida de quem reconhece que está à beira do deserto. Mas molha quem não anda com guarda chuva e remete os lojistas intervenientes que me abordam a cada passo - "where are you from? Comme in! Just to look!"- e envia-os directamente para dentro das suas lojas, onde reclinados em almofadas no chão ficam pacificamente a ver a chuva cair. E as montras são minhas. E apetece-me entrar nas lojas porque ninguém me assedia com conversa repetitiva.
De manhã muito cedo também funciona porque ainda estão um bocadinho a dormir.
Tenho 3 dias para deambular e fazer algumas compras - se me apetecer. Preciso de percorrer muitas vezes as ruas principais e as ruas próximo do hotel para me apropriar do sítio. A minha memória... Depois começo a sentir-me em casa com sítios preferidos para petiscar, ler o jornal, ir à net. E começo a alargar o circulo e a fazer incursões nas redondezas. Nao me é fácil criar um mapa mental dos lugares.
Hoje comi arroz frito com vegetais. Aqui ninguém usa ovos. São estritamenmte vegetarianos. Estava tão bom! O cozinheiro, novinho (está a aprender), ficou todo contente quando lhe disse que estava delicioso. Como a cozinha é mesmo junto à esplanada no terraço e não está muita gente no hotel passou-me pela cabeca pedir-lhe para me ensinar a receita. Mas não tive coragem. E o chá de manga é uma delícia.
Encontrei uma livraria e comprei um colar de turquesas. Confirmei o horário de retorno a casa no dia 23 - tarefa difícil. Estou na recta final e sinto-me óptima.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Cheguei à "Casa Branca"









10 horas num sleeper só para mim. Ninguém. O comboio parava em todas as estacões. Eu disse TODAS. O único senão era que em todas as estacões entravam pessoas a pedir.
Dá-se uma, dá-se duas... e depois pensa-se na vida. O que me valeu foi que só parava dois minutinhos na maior parte delas. A certa altura achei por bem refugiar-me com armas e bagagens no beliche de cima - de mais difícil acesso - ninguém aguenta muito tempo a pedir em bicos de pés e braço para cima.
Mas para lá da brincadeira, não sei muito bem como agir nestas situações.
Não dei canetas nem dinheiro aos miúdos de Hampi, mas tenho a certeza de que as fotografias (cerca de 50) que mandei lhes deu uma enorme alegria. E é uma troca justa.
Quando resolvi descer lá de cima, finalmente, a paisagem tropical tinha mudado. Uma planície imensa estendia-se a perder de vista, com uma vaga promessa de montanha lá para perto da linha do horizonte. Os rios, sem água ou transformados nas poças lamacentas que recordava da viagem do ano passado, voltavam a marcar o território.
Por vezes, durante quilómetros, junto aquilo que seriam as linhas de água viam-se covas rectangulares, fundas, com pequenas torres de terra no centro. Parecia que pespontavam o terreno. Pareciam, também, uma sucessão de shiva lingham moldados na terra para melhor reter a água das chuvas (e quem sabe, abençoar o terreno). Ao princípio pensei que poderia ser um acaso da natureza. Mas a repetição ad infinitum da mesma forma...
Aos poucos entramos numa zona de xistos com inúmeras aflorações rochosas no meio das culturas agrícolas. As casas passaram a ser feitas nesse material: pedras de xisto enterradas em cimento, como num baixo relevo - pintadas de cores claras, branco, azul, tijolo claro, e com muitas buganvílias - o que dava à paisagem um certo ar marroquino. Estávamos perto de Ajmer.
Depois foi em grande velocidade - com a ajuda de um funcionário da estacão que veio em meu socorro (novamente um monte de motoristas a minha volta) - enfiei-me numa outra versão do rickshaw - o rickshaw-autocarro - que por Rs5 me depositou a mim e a outros passageiros na estação de camionetas para Pushkar.
Cheguei à Casa Branca - assim se chama o hotel. Limpo. Branco. Restaurante-esplanada no terraço. Vista. Um banho. Um chá de manga. Torradas. O Hindu. A Net. Cansaço. Hoje levantei-me às 3.30am.
Vou tentar enviar fotos amanhã. Mas não sei se consigo. Em Panjin não consegui fazer o upload apesar de ainda ter 8gigas livres. Não sei porquê. O computador só subiu as fotos de Somnanthpur e depois recusou-se a mais.
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