Imagens:O caminho para a aldeia junto ao ashram e vistas a partir da ponte.
Está fresco por aqui. Chove toda a noite e por isso a temperatura desce e os dias ficam razoavelmente frescos. A vida no ashram decorre pacificamente marcada pelos rituais e pelos horários de abertura das cantinas e outros serviços disponíveis. As pessoas circulam, simpáticas, com o esboço de um sorriso nos lábios, mas não encontro aqui um lugar para mim.
O ashram desencoraja o contacto dos residentes estrangeiros com a população autóctone para que não se rompa o tecido social; promove o recolher para dentro dos seus portões por volta das 6.30 e o recolher definitivo as 11h. A castidade é prescrita no recinto do ashram e a modéstia no vestir fortemente aconselhada. E sente-se, ou sinto eu?, um constrangimento entre o povo da vila - pequeno, escuro e colorido - e esta população que por aqui esvoaça alta, espadaúda e vestida de branco (a maioria dos residentes - homens e mulheres acabam por se vestir de branco).
Percebi que tenho dificuldade em acompanhar uma rotina de rezas, cânticos, e "deva"- serviços voluntários, por muito bonitos que sejam, e muito úteis para a comunidade também.
E pequenas coisas, como a dificuldade em saber se existe uma livraria por perto... porque o conceito de livro é restrito aos livros escritos pela Amma... e não se concebe que alguém queira ler outra coisa...deixam-me bastante incómoda.
Mas o impacto desta estrutura no ambiente tem também aspectos visivelmente positivos: ao final da tarde o recinto em volta do templo enche-se de estudantes - muitíssimas rapariguinhas - que estudam nas escolas e universidades aqui ao lado pertencentes ao ashram, e rapazes também. Vêem aqui tomar um chá depois das aulas e ficam a conversar debaixo das palmeiras. O ashram fornece habitação e alimentação gratuita a uma quantidade enorme de jovens. A obra documentada é verdadeiramente fantástica em todos os aspectos.
Só quem não gosta de grandes grupos de pessoas a fazer as mesmas coisas ao mesmo tempo - como eu - é que se pode sentir desconfortável aqui.
Gostei desses "dias razoavelmente frescos", por aqui muito calor. Nao envias fotos do ashram? Bjs
ResponderEliminarprocura uma livraria num qualquer lugar turístico. há serviços de troca de livros e venda de livros em segunda mão. sempre consegui boa literatura em inglês e francês. nunca procurei castelhano, mas também deve haver.
ResponderEliminarboas férias!
ah, vai a Cochim. é lindo.