sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Em Chamundi Hill era dia de peregrinação





Bem cedo, resolvi ir a Somnantpur que fica a 1/2 hora de Mysore. Tinha de apanhar uma camioneta para Bannur e aí mudar para outra directa para o templo. Não entendo a irrelevância com que este estado trata os seus locais de turismo privilegiado. Tão difícil o acesso!

Mas o templo que fica numa pequena vilinha pacifica estava à altura das expectativas. Do melhor que tenho visto. Em forma de estrela de 12(?) pontas sobre uma plataforma custeada por esculturas de 12 elefantes. O tecto do interior do templo é suportado por colunas trabalhadas e faz um favo de pequenas abobadas também muito trabalhadas, todas diferentes. As paredes exteriores dividem-se em frisos esculpidos: em baixo elefantes (todos diferentes); depois cavalos e cavaleiros (também todos diferentes); depois plantas; e por cima cenas da vida quotidiana (todas as variações do kama sutra incluídas). Mas as fotografias serão mais elucidativas.

Na volta, uma miúda indiana que estava à espera de autocarro indicou-me uma camioneta que ia directo para Mysore. Sem ter de mudar em Bannur. Foi uma manhã bem passada.

Tão feliz com o resultado da aventura estava eu que resolvi testar um novo restaurante - o Gandhi - e a seguir subir a Chamundi Hill.

O autocarro apanha-se noutra estacão - na da city. Muito mais limpa e organizada.


Em Chamundi Hill era dia de peregrinação - cai mesmo na sopa. Apanhei uma camioneta muito decente até lá a cima mas depois... tanta gente. As mulheres nos seus melhores aparatos com as tranças decoradas com grinaldas de flores; por todo o lado ofereciam uma espécie de arroz para servir de oferenda no templo; e à venda, pós coloridos - rosa, laranja, azul turquesa, cocos decorados com flores e por aí fora. Mas demasiada gente.

De maneira que nem entrei no templo. Dei meia volta e toca a descer os 1000 degraus a pé. A humanidade sofredora que para amainar um karma pesado subia esses degraus (descer é muito mais fácil) ia salpicando cada um deles com os tais pós de cores e bagas de arroz como oferenda. Por vezes queimavam molhinhos de pétalas fazendo mini fogueiras nos degraus.

Mas quando cheguei ao fim do milésimo - só queria mesmo era um rickshaw de volta ao Hotel. E um banho, um lassi, um jornal ou um livro e a minha música, isto é, o meu kit de sobrevivência. Agora é deitar cedo que amanhã vou às 4 a Bylakupe. Se aquilo tiver um ambiente agradável e houver lugar na pensão fico por lá uma noite. Vamos ver. Estou farta desta poluição, e deste caos ainda mais.

Depois de ter passado pelo Kerala - sente-se mais - ou talvez seja apenas por acaso -mas, sente-se uma menor "aceitação e normalidade" da forma como encaram aqui uma mulher a viajar sozinha. A pessoa tem de se fechar novamente em copas. Vê-se mais pobreza ou pelo menos não tem a qualidade estética da pobreza do Kerala. E nota-se uma grande dificuldade das pessoas em falar inglês. O estado de Karnataka dá a sensação de não ter tanta classe média - só muito ricos e muito pobres.

Turistas, nem se vêem nesta altura do ano. Mas o tempo está muito aceitável - sem calor e na maior parte do tempo sem chuva. Consigo andar sem estar sempre a limpar o suor com o lenço. O tempo está leve e às vezes fresco.

Imagens, noutro dia!

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