













A estrada de terra batida corria sobre-elevada e paralela a um braço do rio. De ambos os lados bananeiras a perder de vista, interrompidas, aqui, ali, e ao longe, por enormes pedregulhos de granito moldados pela erosão, ou por filas de palmeiras marcando limites aos terrenos.
Por ali, segundo parece, há ursos cinzentos. E ao final do dia, num desses locais junto ao rio, avistam-se grande número de pavões.
O tempo está perfeito para uma volta como esta - e não se encontram turistas que só emergem aos poucos aí pelas 11 horas - quando a temperatura começa a subir e a luz perde a frescura da manhã.
Palácios reais; banhos da rainha com requintados sistemas de canalização subterrânea e ar condicionado (estamos no sec. XV); pavilhões de casamentos; estábulos para os elefantes reais... esculpidos e cobertos com pinturas de tintas vegetais de que ainda se vêem resquícios...
Mas o mais fantástico è o pavilhão de dança. Aí, as colunas são concebidas para funcionarem como instrumentos musicais - toda a gama de instrumentos musicais - da guitarra, ao gongo, e incluindo toda a escala de notas do dó ao si. Inacreditável. Basta tocar com um stic de madeira, uma moeda ou com os nos dos dedos. Funciona. Cada som é diferente e similar ao do instrumento pretendido. No meio das colunas musicais (lindamente esculpidas com figuras segurando o instrumento musical que a coluna reproduz) a nobreza dançava, resguarda da curiosidade exterior por cortinados presos entre as colunas periféricas.
Os monumentos e templos estão disseminados por uma extensa região que percorremos de motorizada - o que permitiu fundir os espaços cultural e natural numa visão conjunta, analisada e explicada em pormenor.
Nas pausas, experiências novas: sumo de cana de açúcar com limão - acabado de espremer numa prensa ali mesmo na frente (nunca pensei que a cana de açúcar desse tanto sumo); e um delicioso almoço no "Mango Restaurant" construído em volta de uma enorme mangueira, com três desníveis, centrados na árvore, onde estavam colocadas as mesas baixinhas com vista para o rio. Comida deliciosa servida em folha de palmeira.
E ao fim de algum tempo, muitos turistas a dizerem "delicious", "hum, esta bueno" e por aí fora.
Para lá chegar tem de se ir a pé nos últimos 100 metros por caminho de terra batida sobreelevado que atravessa uma plantação de bananeiras.
Devia ter descoberto isto tudo mais cedo.
Amanhã de madrugada vou para Panjin de comboio. Chego às 14h a Margão e depois tenho de apanhar o que houver - comboio ou autocarro - para Panjin (+ 1 h).
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